Blog com sintomas acentuados de jetlag, sobre lugares, pessoas e outras coisas. Unipessoal. Partilhável.

sexta-feira, setembro 10, 2004

air lixo

A entrevista com o presidente da Air Luxor, ontem, na SIC Notícias, mostrou que as companhias aéreas podem fazer tudo e mais alguma coisa para criarem uma boa imagem junto do público, mas que bastam 5 minutos de um discurso trapalhão para deitar tudo por água abaixo. Especialmente quando esse discurso vem de cima.
Descoordenado, nervosinho, violando todas as regras elementares de boa comunicação, o Sr. Mirpuri, quando confrontado com as perguntas do jornalista sobre a saúde financeira da empresa (e outras, nomeadamente sobre a segurança dos aviões), parecia estar verdadeiramente incomodado e a mentir com todos os dentes que tem (e tem muitos, e todos muito branquinhos).
A mim deu-me um gozo enorme ver aquilo. Porque aquele é o responsável de uma empresa que, em certo processo de selecção de candidatos para assistentes de bordo, exigiu que estes fizessem uma cirurgia estética caso quisessem manter as aspirações de virem a ser contratados (até recomendavam a clínica onde fazer a operação, que por acaso pertencia ao clã Mirpuri).
Pelo menos essa foi a história contada por alguém que se submeteu às provas de selecção, e cuja experiência foi relatada e posta a circular por e-mail (ok, esses mails valem o que valem, mas eu acreditei neste). O processo incluia uma "prova física", orientada por alguém que anotava os pontos fisionómicos que os candidatos deveriam retocar através da cirurgia estética. Porque - dizia - "na Airluxor, só entra gente perfeita" (fisicamente, entenda-se).
Não é por haver Barbies e Kens a servirem-me o almoço a bordo que eu vou escolher uma companhia. É por achar, entre outros factores, que esta cumpre padrões elevados de segurança.
A Lufthansa, a título de exemplo, é uma das minhas companhias aéreas preferidas. Cada hospedeira é um canhão pronto a disparar (e quando os passageiros são chatos, disparam mesmo. Eu já vi!). Mas, em caso de acidente/incidente, eu prefiro que haja um voz determinada que me transmita segurança, do que um bom par de mamas (se for possível conciliar as coisas, ainda melhor, acontece que a Luft é uma companhia alemã e isso é teoricamente impossível).
Mas isso acontece comigo, que tenho medo de andar de avião.


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