Café Venite - Goa
O Venite é o ponto de encontro, em Panjim, de muitos estrangeiros que viajam pela Índia e que estão de passagem por Goa. Conheci-o através da Tiziana, uma globetrotter italiana que está a terminar uma viagem pela Ásia, inicialmente prevista para 5 meses mas que já ultrapassou os 8 meses. O mobiliário, em madeira escura, contrasta com o colorido das paredes, rabiscadas à pressa com apontamentos de viagem, números de telefone, pensamentos avulsos, aforismos, etc. Este café está para Goa como o Peter’s está para os Açores (eu não conheço o Peter’s, mas é esta a ideia que eu tenho dele). É um sítio onde todos têm sempre alguma coisa para contar e, por isso, prestar uma atenção exclusiva ao nosso interlocutor torna-se uma tarefa difícil. O Venite é um autêntico stock exchange de informação sobre este país e sobre outras paragens do Oriente. As conversas desamarram-se e entrecruzam-se no ar. Aqui aprendi, por exemplo, um pouco mais sobre essa enorme teia de aranha que faz da Indian Railways a maior companhia ferroviária do mundo. Aqui soube, também, que há um sítio na net que indica quais são os melhores spots para dormir, de borla, nos aeroportos de todo o mundo, enquanto se aguarda pelo vôo de ligação (informação que me vai ser útil quando, de regresso a Portugal, tiver que passar 11 penosas horas no Chatapatri Shivaji, em Bombaim).
A música que passa imprime ao Venite uma atmosfera verdadeiramente cosmopolita. Aqui não se ouvem sonoridades saídas daquelas compilações chill out reproduzidas até à náusea, que fazem as delícias dos turistas que procuram na Índia um exotismo readymade. Caetano Veloso, Cesária Évora, Amália, Nightmares on Wax, são presenças habituais.
Por tudo isto, O Venite é um lugar de excepção.
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