visto

Gostei de 'Terminal de Aeroporto' e até acho que podia ter sido a obra-prima de Spielberg. Podia, não estivesse tão fortemente agarrado aos cânones de Hollywood e (por conseguinte) tão dependente do poder do branding (inevitável, poder-se-á dizer, considerando o local onde a história ocorre).
O filme revela um manuseamento eficaz da técnica/tecnologia das emoções (como se isso fosse uma novidade, em Spielberg). Virtude que, no entanto, não é suficiente, considerando as dimensões política e sociológica que encerra.

PS: o título deste post tem, obviamente, duplo significado.

TERMINAL DE AEROPORTO

Spielberg, 2004

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air lixo

A entrevista com o presidente da Air Luxor, ontem, na SIC Notícias, mostrou que as companhias aéreas podem fazer tudo e mais alguma coisa para criarem uma boa imagem junto do público, mas que bastam 5 minutos de um discurso trapalhão para deitar tudo por água abaixo. Especialmente quando esse discurso vem de cima.
Descoordenado, nervosinho, violando todas as regras elementares de boa comunicação, o Sr. Mirpuri, quando confrontado com as perguntas do jornalista sobre a saúde financeira da empresa (e outras, nomeadamente sobre a segurança dos aviões), parecia estar verdadeiramente incomodado e a mentir com todos os dentes que tem (e tem muitos, e todos muito branquinhos).
A mim deu-me um gozo enorme ver aquilo. Porque aquele é o responsável de uma empresa que, em certo processo de selecção de candidatos para assistentes de bordo, exigiu que estes fizessem uma cirurgia estética caso quisessem manter as aspirações de virem a ser contratados (até recomendavam a clínica onde fazer a operação, que por acaso pertencia ao clã Mirpuri).
Pelo menos essa foi a história contada por alguém que se submeteu às provas de selecção, e cuja experiência foi relatada e posta a circular por e-mail (ok, esses mails valem o que valem, mas eu acreditei neste). O processo incluia uma "prova física", orientada por alguém que anotava os pontos fisionómicos que os candidatos deveriam retocar através da cirurgia estética. Porque - dizia - "na Airluxor, só entra gente perfeita" (fisicamente, entenda-se).
Não é por haver Barbies e Kens a servirem-me o almoço a bordo que eu vou escolher uma companhia. É por achar, entre outros factores, que esta cumpre padrões elevados de segurança.
A Lufthansa, a título de exemplo, é uma das minhas companhias aéreas preferidas. Cada hospedeira é um canhão pronto a disparar (e quando os passageiros são chatos, disparam mesmo. Eu já vi!). Mas, em caso de acidente/incidente, eu prefiro que haja um voz determinada que me transmita segurança, do que um bom par de mamas (se for possível conciliar as coisas, ainda melhor, acontece que a Luft é uma companhia alemã e isso é teoricamente impossível).
Mas isso acontece comigo, que tenho medo de andar de avião.

momento insólito

... é quando vejo, numa carruagem da CP, duas meninas de 5 ou 6 anos a brincarem às 'artistas' de strip, cada qual agarrada ao seu mastro metálico, perante o olhar pudibundo da mãe e de quase todos os passageiros.
É claro que eu é que posso ter uma mente perversa e, afinal, as crianças estavam a brincar a outra coisa qualquer. Mas acho que não me enganei no que vi, no que toda a gente viu. Aquelas duas meninas estavam a imitar as tipas foleiríssimas que aparecem no canal "Viver" da tv cabo (ou noutro canal qualquer, que isto agora está a dar mais para o strip do que para o futebol).
Não vou aqui descrever os gestos e as poses a dar para o sexy, mas ainda desajeitados e pueris daquelas miúdas, enquanto se contorciam em redor do varão, porque este é um blog de família e podia ser acusado de pedofilia e ir parar, sem saber porquê, à prisão. Nem vou dissertar sobre a cada vez maior exposição das crianças a conteúdos supostamente direccionados para adultos, ou sobre a negligência ou impotência dos pais perante o fenómeno. Até porque não sei quase nada sobre o assunto.
Mas uma coisa eu digo: se as filhas fossem minhas, enfiava-me naquele momento no primeiro buraco que encontrasse.

way to India

kilómetro a kilómetro, vou traçando o percurso que me levará às Nilgiris Hills, uma formação montanhosa no Estado de Tamil Nadu.
Território da East India Company durante o domínio britânico, as Nilgiris Hills - "montanhas azuis" - integram uma das mais representivas áreas de plantação de chá do sul da Índia.
Com um altitude média de cerca de 2300 metros (o pico mais alto situa-se nos 2600 mts), as Nilgiris são um dos lugares mais procurados, pela sua beleza e biodiversidade, para actividades de trecking, especialmente por aqueles que, como eu, por falta de preparação física (e dinheiro e tempo disponível), não se aventuram nos Himalayas.
As únicas três cidades que se encontram nestas montanhas - Ooty, Connoor e Kotagiri- estão ligadas por comboio - o Toy Train - uma pequeníssima composição que parece um autêntico brinquedo e que demora cerca de 3 horas para fazer pouco mais de 50 km.
Para chegar a este lugar, da minha base na Índia, terei que ir até Mangalore, apanhar o Westcoast Express, comboio que atravessa o sul, de costa-a-costa (Mangalore a Chennai), e sair em Coimbatore, já perto das Nilgiris Hills.

good vibes

Gosto mesmo muito desta Tasca.
Quando tiver mais tempo, ponho-a aqui do lado direito. Em classe executiva, claro.

em escuta

Joanna Newson The Milk-Eyed Mender.
Editora: Drag City Distribuição: Ananana

Harpa, voz e algum piano, para fazer lembrar que o Verão já lá vai.
À primeira oportunidade de pôr este CD a tocar, as folhas vão começar a cair. Para já, contento-me com alguns samples tirados daqui.

i love her

Amanhã é segunda-feira e, numa situação normal, ela chegaria a minha casa impreterivelmente às 8h45. Mas agora está de férias e não virá. Faz-me falta a voz de tenente e a tirania sempre renovada da minha mulher-a-dias, ausente até ao final de Setembro.

PS: Entretanto, as bolas de cotão acumulam-se debaixo do sofá e dão um ar desolador à minha sala.

5 cidades, 5 fotógrafos

Imperdível, o magazine online de fotografia clandestina.trips.
Em cada número, cinco fotógrafos 'descobrem' cinco cidades diferentes.
Era bom que houvesse uma edição em papel desta revista. É que há fotografias que merecem ser tocadas e cheiradas.
Como não sou daqueles que acha que uma imagem vale mais do que mil palavras, só tenho pena que as fotos não venham acompanhadas de algum texto.

fatalidade

Nasceste em Setembro e, por isso, transportas contigo o estertor do Verão. Isso ajuda a explicar o teu mau feitio.