Blog com sintomas acentuados de jetlag, sobre lugares, pessoas e outras coisas. Unipessoal. Partilhável.

segunda-feira, julho 24, 2006

da nostalgia

Faz-me falta a porta giratória do antigo café Califórnia e a barbearia que ainda existe à entrada e que teima em não desaparecer. Os tremoços bem temperados e os empregados eficientes do Porto Novo. A loja de discos de jazz que eu gosto mesmo não gostando assim tanto de jazz. A cacofonia mecânica dos eléctricos antigos e o semblante despreocupado de quem neles viaja por gosto. O british bar, que no fundo é mais latino do que inglês. A única padaria que orgulhosamente anuncia, na vitrina, haver "pão para obstipados". Os transeuntes vistos do lado de dentro, apressados numa pressa taciturna e mole de quem regressa a casa. E ao fundo um rio, cansado e xaroposo, que ao final da tarde vou cruzar.

Cais do Sodré

foto roubada daqui.

nada de novo, portanto

Enquanto Israel avança 'sem invadir', os radicais árabes guardam as pedras nos bolsos, a América olha impacientemente para o calendário, o governo libanês assobia para o lado, a Síria sorri, o Irão rejubila, a ONU rosna.
E os gauleses, admiráveis, uma vez mais montam uma acção de repatriamento dos seus concidadãos (quase mesmo antes de o conflito estourar) da qual os portugueses acabam por beneficiar. Vive la France!

quarta-feira, julho 19, 2006

do desassossego reinventado (e das lições do amor)

Passar dos espectros da razão para os fantasmas do espírito é somente ser mudado de cela…

terça-feira, julho 18, 2006

da brochura

«Pequeno trabalho de divulgação sob a forma de panfleto e em folhas soltas. Usam-se brochuras para anunciar, promover e/ou sintetizar acontecimentos literários, desde a realização de congressos e colóquios a lançamentos editoriais. Até ao princípio do século XX, ainda era costume publicar-se poesia ou pequenos textos de intervenção em brochuras. Hoje, a brochura serve quase exclusivamente para fins comerciais e publicitários.»

Que pesadelo que seria se, ao chegar a casa no final de um dia de trabalho, encontrasse na caixa de correio não o catálogo do lidl mas uns opúsculos com versos de Herberto Hélder, Ruy Belo, Al Berto, Pessoa....
Felizmente o mundo mudou. Para melhor.

autobiografia sem factos

- O que tem O Livro do Desassossego a ver comigo?
- Há 3 ou mais anos, quando namorávamos, saí de ao pé de ti e fui à FNAC comprar esse livro. Fiquei a lê-lo até correrem comigo. Era Inverno e estava frio. Mas eu estava feliz, como estou agora, só que de maneira diferente.

segunda-feira, julho 17, 2006

a misoginia serve-se fria

As mulheres são como Maxibons mas sem a virtude de podermos escolher qual das metades saborear primeiro. O fascínio pela surpresa é geralmente corrompido pela constatação abrupta de que um dos lados é sempre menos agradável do que o outro.

da impiedade

[...]
Everyday I love you less and less
I can't believe once you and me did sex
It makes me sick to think of you undressed
Since everyday I love you less and less
And everyday I love you less and less
You're turning into something I detest
And everybody says that your a mess
Since everyday I love you less and less
Unless, unless
I know, I feel it in my bones
I'm sick, I'm tired of staying in control
Oh yes, I feel a rat upon a wheel
I've got to no what's not and what is real
Oh yes I'm stressed,
I'm sorry I digressed
Impressed you're dressed to SOS
[...]
Keiser Chiefs, 2005

domingo, julho 16, 2006

neologismo clínico

- Receite-me qualquer coisa, doutôra. Hoje não me sinto nada zenai.

produção fictícia














Cidade intimamente ligada à vida de dois dos meus “heróis”. Um é brasileiro, urbanista e arquitecto; o outro é português, professor, pensador e filantropo.
Situa-se entre um Brasil tropical e sereno de folheto e um Brasil incandescente, vigoroso e sofisticado de folhetim.
Quimérica, audaz e severa, mas acima de tudo "coerente" (com as suas acepções várias). Para um dia visitar.




quarta-feira, julho 12, 2006

back to happy house

terça-feira, julho 11, 2006

femininismo revisitado

Eu: está tudo bem com a bebé?
Ela: tudo, à parte de não me deixar dormir.
Eu: porquê, chora muito?
Ela: não. Tenho que acordar à1h00 e às 5h00 para lhe dar de mamar.
Eu: e o pai, não faz nada?
Ela: põe-na a arrotar e muda as fraldas. Pais modernos são assim.
Eu: mas porque tem o pai de ficar com a pior parte? :-)
Ela: é a repartição possível de tarefas.
Eu: isso é o que os homens têm vindo a dizer aos longo dos séculos, para manter o status quo.
Ela: anda uma gaja nove meses com ela nas entranhas e sofre 21 horas no parto e depois ainda tinha que tratar da trampa?

terça-feira, julho 04, 2006

romance mínimo

No aeroporto:

- amo-te. Até ao meu regresso!
- amo-te muito, também. Faz boa viagem. Telefona-me quando chegares!

Duas horas depois, ao telefone:

- cheguei bem. Amo-te e sinto a tua falta.
- Sabes... tenho dúvidas. Preciso de tempo para pensar, mas quero que saibas que gosto de ti.

Foto tirada daqui

passatempo sem brinde

Qual é o sítio de veraneio no sotavento algarvio onde a indumentária oficial dos homens para o passeio pós-jantar é:

- camisa de manga curta lisa (amarela, beige, azul ou branca) rematada dentro dos calções;
- calções de côr beige ou azul escuro, com pinças;
- chinelos azuis ou vermelhos, com inscrição "sport" em branco.
- pochete de napa à volta da cintura.

?
Pista: é coutada de alentejanos e mercado de turismo "de nicho".

movimento elíptico

No espaço de alguns meses:

três amigas pariram, duas relações acabaram, um blog ressuscitou.


DJ and Food


Esqueçam o tal restaurante da rua da moeda. Música fresca, comida e movimento só mesmo por esta via, neste verão.

(Alif Tree "French Cuisine". Compost Records, 2006)

http://alexalif.free.fr/aliftree.htm

arqrítica (I)




Entre a Casa Batló (Barcelona, Gaudí) e a Casa Tóló (Alvite, Vila Real, Álvaro Siza), separam 100 anos de idade.
Nada aproxima uma da outro, excepto, talvez, a fonia.
Uma é obra de génio. Outra, produto de jactância mediatizável (não tanto do arquitecto mas de quem lhe deu nome).

vida organizada (I)

Leituras actuais:





Próximas leituras:















Leituras anuladas (e transpostas para o Índex sentimental):


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